The Lemonheads retorna com “Love Chant”, primeiro álbum em quase duas décadas

Evan Dando apresenta “Love Chant”, primeiro álbum de estúdio dos The Lemonheads em quase vinte anos. O disco chega via Fire Records em 24 de outubro, fruto de anos de composições, recomeços e introspecção.

Trabalhado ao longo de vários anos em diferentes geografias, o álbum é uma reafirmação ousada e melódica de uma das vozes mais singulares do rock alternativo. Radicado no Brasil, onde boa parte foi gravada, Dando encontrou uma nova perspectiva — a chance de se reconectar, recomeçar e finalmente dar forma a essas canções.

O resultado soa ao mesmo tempo fresco e familiar: enraizado nos elementos clássicos dos Lemonheads, mas expandido por anos de vivências e novas influências. “Love Chant” foi produzido pelo multi-instrumentista brasileiro Apollo Nove e reúne velhos amigos e novos aliados, incluindo J Mascis (Dinosaur Jr), Juliana Hatfield, Tom Morgan, Bryce Goggin (Pavement, Antony and the Johnsons), Erin Rae, John Strohm (Blake Babies) e Nick Saloman (The Bevis Frond). Adam Green, do cult duo nova-iorquino The Moldy Peaches, participa como coautor de “Wild Thing”, um desvio descontraído em clima country.

“In the Margin” é o single principal — meio quebrado, meio belo, envolto em uma melodia que desarma antes de explodir. “Eu queria uma música cheia de riffs, então escrevi riffs por toda parte”, explica Evan. “O corpo da canção é da Marciana Jones. É tipo uma canção de vingança de garota da oitava série.”

“The Key of Victory” é lenta e meditativa — uma peça modal ancorada pela guitarra sinuosa de Apollo Nove e pelos vocais etéreos de Erin Rae. Escrita com David Ashby, teve o vocal gravado no lendário Abbey Road Studios. “É calma, é incrível. É bonita e é modal. Eu estava tentando fazer algo na vibe de Street Hassle”, conta Evan.

“Cell Phone Blues” pulsa com energia nervosa e ironia contida, enquanto “58 Second Song” entrega western swing e melancolia de bar. “Deep End”, coescrita com Tom Morgan, é pura propulsão, incendiada por um solo explosivo de J Mascis. A faixa-título “Love Chant” pulsa com a insistência dos Modern Lovers, enquanto “Togetherness Is All I’m After” começa com força antes de se dissolver em um último sussurro: “Baby, don’t blow it.”

Lançado simultaneamente à autobiografia de Dando, “Rumours Of My Demise” (Faber, 6 de novembro), “Love Chant” chega quando a influência dos Lemonheads só se aprofundou. Artistas como MJ Lenderman, Courtney Barnett e Waxahatchee já regravaram músicas de Dando, elogiando sua clareza emocional e instinto melódico. Essa ressonância entre gerações faz de “Love Chant” mais que um retorno — é um lembrete do que fez essa banda ser tão importante desde o início.

Ouça abaixo “Love Chant” do The Lemonheads

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