Joy Crookes: Juniper aprofunda introspecção neo-soul

Juniper de Joy Crookes chega quatro anos depois do elogiado “Skin” e mostra a cantora bangladeshiano-irlandesa em fase de autorrevisão profunda.

Lançado em setembro de 2025, o segundo álbum expõe questionamentos sobre saúde mental, traumas familiares e sexualidade ao longo de 12 faixas de neo-soul com incursões de hip-hop e arranjos orquestrais. O início, “Brave”, desacelera o ritmo para abordar a dificuldade de manter o coração aberto. Em seguida, “Pass the Salt”, com participação de Vince Staples, recupera o frescor funk-jazz que tornou Crookes conhecida.

Canções como “Carmen” encaram padrões de beleza eurocêntricos, enquanto “Mathematics”, ao lado de Kano, destaca o cansaço afetivo sobre piano e cordas. No trecho final, “Mother” promete romper ciclos de dor herdada, e “Paris” encerra o disco ao tratar do desejo queer e da culpa religiosa.

A artista alterna vulnerabilidade (“Forever”) e firmeza (“I Know You’d Kill”), sempre sustentada por vocais aveludados e produção que privilegia texturas analógicas. Se “Skin” apresentou uma observadora sagaz, “Juniper” aprofunda o autorretrato e evidencia a busca por identidade sem o olhar alheio definindo seus limites.

A combinação de letras francas e instrumentação sofisticada confirma Crookes como uma das vozes mais consistentes da nova cena soul britânica.

Ouça abaixo “Juniper” de Joy Crookes

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