Bar Italia regressa em 17 de outubro com “Some Like It Hot”, terceiro álbum que aposta numa sonoridade mais firme e autoconfiante para colocar o trio londrino entre os grandes nomes da guitarra no Reino Unido.
Gravado após uma maratona de shows que levou Sam Fenton, Nina Cristante e Jezmi Tarik Fehmi a diversos continentes, o novo trabalho abandona o clima “misterioso” dos primeiros lançamentos caseiros em plena pandemia. A coleção de faixas transita do pós-punk pontiagudo de “Fundraiser” ao indie direto de “Cowbella”, passando pelo balanço continental de “Marble Arch” e o andamento funéreo de “Bad Reputation” — tudo isso já nos quatro primeiros cortes.
Para Fenton, o título — inspirado no clássico filme de 1959 de Billy Wilder — resume o espírito “um pouco atrevido, um pouco convencido” que permeia o projeto. “Queríamos algo que chamasse atenção logo de cara”, explicou o guitarrista. Cristante reforça que a confiança veio da estrada: “Agora sentimos que há gente ouvindo; isso muda a entrega”.
O processo criativo mantém o equilíbrio de forças que define o grupo. Três vozes se alternam, às vezes em conflito produtivo, outras em harmonia complementar. “Você precisa achar para onde o triângulo se move”, compara Fenton. As letras, escritas separadamente, permanecem um mistério interno: “Não pergunto sobre o que eles estão cantando e eles não perguntam a mim”, diz Cristante.
Longe das coreografias virais que dominam as redes, o Bar Italia segue apostando na música como cartão de visita. “Não precisamos fingir ser algo que não somos”, argumenta Fehmi. Com “Some Like It Hot”, o trio entrega um disco coeso, variado e, acima de tudo, seguro de sua identidade.
