David Byrne. Foto: Shervin Lainez.

David Byrne fala sobre espectro autista e papel da música

David Byrne espectro autista dominou a conversa entre o ex-Talking Heads e o jornalista Louis Theroux, em podcast divulgado nesta semana. O músico contou que, nos anos 1990, passou a suspeitar de traços leves de autismo após ler reportagens sobre o tema.

“Percebi que, às vezes, não capto sinais sociais que os outros consideram óbvios”, disse Byrne, relatando casos em que interlocutores diziam “não” apenas com a expressão facial. Ele afirmou nunca ter encarado a condição como deficiência, mas reconhece características que se enquadram no espectro.

O compositor credita à música boa parte da evolução nas relações interpessoais. Ensaios, gravações e shows criaram um ambiente em que a interação se tornou inevitável. “Trabalhar com outros músicos no palco é quase um estado de êxtase social; com o tempo, tudo melhora”, declarou.

No mesmo bate-papo, Byrne lembrou ter se “auto-cancelado” após rever um vídeo dos anos 1980 em que aparece de blackface, tema que discutiu diretamente com o cineasta Spike Lee. O cantor disse entender as críticas e buscar aprendizado contínuo.

Em paralelo, o artista iniciou a turnê solo de 2025, que inclui “Psycho Killer” no repertório pela primeira vez em 19 anos. Para 2026, confirmou presença em festivais como Coachella, Opener e Latitude, promovendo o álbum “Who Is The Sky?”, com participações de Hayley Williams e St. Vincent.

Quanto a um possível retorno do Talking Heads, Byrne mantém a negativa: considera a reunião “uma causa perdida” e lembra que o grupo não toca junto desde 1984, exceto por encontro pontual em 2023.

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